terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Soneto do Amor Sem Fim

Se tudo o que era fechado,
Torna-se aberto, escancarado
Faz-se novo, renovado, testado
Causou espanto, novo, de novo, não era esperado

Não cantaria amor nem agora, nem tão perto
Esperaria nada, talvez, coisa nenhuma
Mas, o que há de se programar?
Seria o amor previsível e manipulável?

Na obvidade dos "nãos" aparece o "sim"
Chegou, escancarou, renovou, nem bateu,
Só entrou, se abancou e fez a festa

Festa do coração não tem fim,
O jeito mais humano de se viver
Amor ser fim, sem querer saber.


domingo, 6 de fevereiro de 2011

Privacidade

Antes do dia terminar serei tua
Não cantes ao vento, sequer ao tempo
Cante as borboletas, elas se farão ouvir
Sejas inteira, sempre intensa, minha
Ouça meus sussurros, quase inaudíveis
Há ouvidos de pé, a voz não pode sair
Desejos aumentados, aguçados
Sinta minha alma, a porta se abre de novo
Pés passam, ouço os passos, mas mantenho quieta
Quero desfrutar de tua companhia
Gemidos, mais gostos, gozo
Os ouvidos querem ouvir gemidos teus
Começa-se de novo, mais intenso
Outros pés, mais interrupções
Acabam-se as vozes, telefone mudo
Chamadas não atendidas, mensagem
Ainda serei tua sem mais interrupções
Aguarda-me amor meu, te farei ouvir
Te ouvirei falar...